2 de julho de 2011

Cedotardar



Tenho no peito tanto medo,
É cedo
Minha mocidade arde,
É tarde
Se tens bom-senso ou juízo,
Eu piso
Se a sensatez você prefere,
Me fere
Vem aplacar esta loucura,
Ou cura
Faz deste momento terno,
Eterno
Quando o destino for tristonho,
Um sonho
Quando a sorte for madrasta,
Afasta

Não, não é isto que eu sinto,
Eu minto
Acende essa loucura
Sem cura
Me arrebata com um gesto
Do resto
Não fale, amor, não argumente
Mente

Seja do peito que me dói,
Herói
Se o seu olhar você me nega
Me cega
Deixa que eu aja como louco,
Que é pouco
No mais horroroso castigo,
Te sigo...

Composição: Moacir Albuquerque e Tom Zé

30 de junho de 2011

Como está você?



Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje, sinto que
o tempo da cura tornou a tristeza normal

Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós...

Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver como se deve ser...

Teu cais deve ficar em algum lugar assim:
Tão longe quanto eu possa ver de mim,
Onde ancoraste teu veleiro em flor... (?)

Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta...

("Altar Particular" - Maria Gadú)

27 de junho de 2011