2 de fevereiro de 2008

Educação dos Sentidos - Parte II (Quer ouvir? clica...)

Pra falar verdade, às vezes minto,
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto...
Pra dizer às vezes que às vezes não digo,
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo...
Tanto faz não satisfaz o que preciso,
Além do mais quem busca nunca é indeciso...

Eu busquei quem sou, você pra mim mostrou
Que eu não sou sozinha nesse mundo...

Cuida de mim enquanto não esqueço de você...
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você...
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo...

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim,
Junto todas, criou asas, virou querubim...
Sou da cor do tom, sabor e som que quiser ouvir,
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir...
Quero mais, quero a paz que me prometeu...
Volto atrás se voltar atrás assim como eu...

Busquei quem sou, você pra mim mostrou
Que eu não estou sozinha nesse mundo...

Cuida de mim enquanto não esqueço de você...
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você...
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo...

(Cuida de Mim - Teatro Mágico)

Melodia Mágica

A associação do ritmo de sons com movimentos do corpo é capacidade exclusiva do humano

Compositor e violeiro, Roberto Corrêa diz que deve sua vida ao amor pela música. Ele sofreu durante sete anos com um tumor no cérebro localizado na região motora. Em 1994, o tumor foi diagnosticado, e os médicos sugeriram uma cirurgia como único tratamento. Mas a opção foi descartada pelo músico, que poderia perder o movimento dos braços.

- Acho o meu processo de compor um mistério, adoro tocar e ver a reação do público. Não estava pronto para largar a música - conta.

Corrêa diz que procurou a medicina alternativa e estava pronto para se submeter à cirurgia caso o tumor crescesse.

- Como o quadro se manteve estável, lutei contra o tumor à minha maneira - lembra.

Ele conta que sua maior vontade era continuar compondo e não parou de trabalhar na tentativa de produzir o máximo antes de morrer. Muitas das canções feitas à época exprimiam a angústia que sentia e eram um meio de extravasar sentimentos. Até que, em 2001, Corrêa fez exames que apontaram o desaparecimento do tumor.

Dentre as várias situações descritas em Alucinações M usicais, outro exemplo do poder transformador que pode surgir por meio da música é do próprio autor. Na década de 1970, Sacks sofreu um acidente durante uma escalada na Noruega. Ele fraturou a perna direita enquanto subia uma montanha sozinho e teve de descer sem ajuda. E aí vem a "mágica" da história: o neurologista conta que criar um ritmo para os movimentos que fazia ao descer foi vital para que ele conseguisse chegar até um local seguro, onde havia ajuda. Como suas passadas o lembravam o ritmo de remos, começou a imaginar músicas de remador.

- Antes eu estava impelido pelos músculos. Com as batidas, era impelido pela música - lembra, em determinado trecho do livro.

A associação do ritmo de sons com movimentos do corpo, característica marcante da música para o homem, é uma capacidade exclusiva do ser humano. Essa habilidade proporciona diversas expressões humanas: a dança, a marcha militar, a prática de ritos religiosos. A conciliação de ritmo auditivo e movimento ajuda o homem a organizar atividades, como as passadas de Sacks. Também auxilia a estruturar pensamentos e a lembrar determinados fatos.
(Zero Hora - 02/02/2008)

"Pequenas Coisas"...




Trago um pedaço da noite
Junto comigo
Bebo outro gole, outra chuva
Corro perigo

Cada instante que ouço bater
Meu coração dentro de mim

Ouço as palavras do vento
Me confessar
Que desde o início dos tempos
Busca chegar

Onde possa se transformar
Numa brisa
Para transportar e guardar

O perfume das flores
Os pequenos murmúrios
Folhas tristes do outono
E o jeito do amor

Sigo no rumo da manhã
Rindo sozinho
Dos pensamentos que tenho
Com festa e vinho
O ar da noite - sopro de vida
Me lembrando
O que eu esqueço existir

O perfume das flores
Os pequenos murmúrios
Folhas tristes do outono
E o jeito do amor...

(Pequenas Coisas - 14 Bis)
É mais ou menos isso, não?!...

29 de janeiro de 2008

Ao sabor do vento...

Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar

Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra o luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar...

(poesia de Ferreira Gullar, música de Heitor Villa-Lobos)