1 de setembro de 2007

retina...

O Amanhã Colorido
(Duca Leindecker)

Olha a luz que brilha de manhã
Saiba quanto tempo estive aqui
Esperando pra te ver sorrir
Pra poder seguir
Lembre que hoje vai ter pôr-do-sol
Esqueça o que falei sobre sair
Corra muito além da escuridão
E corra, corra...

Não desista de quem desistiu
Do amor que move tudo aqui
Jogue bola, cante uma canção
Aperte a minha mão
Quebre o pé, descubra um ideal
Saiba que é preciso amar você
Não esqueça que estarei aqui
E corra, corra...

Azul, vermelho,
Pelo espelho a vida vai passar
E o tempo está no pensamento...

29 de agosto de 2007

'... láctea estrela...'

“Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!”
(Quintana)

Alegria...


“Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças...”
(Fernando Pessoa)

Sabedoria do Alto...

O PATO SELVAGEM: “ Era uma vez um bando de patos selvagens que voava nas alturas. Lá de cima se via muito longe, campos verdes, lagos azuis, montanhas misteriosas e os pores-de-sol eram maravilhosos. Mas voar nas alturas era cansativo. Ao final do dia os patos estavam exaustos. Aconteceu que um dos patos, quando voava nas alturas, olhou para baixo e viu um pequenos sítio, casinha com chaminé, vacas, cavalos, galinhas... e um bando de patos deitados debaixo de um árvore. Como pareciam felizes! Não precisavam trabalhar. Havia milho em abundância. O pato selvagem, cansado, teve inveja deles. Disse adeus aos companheiros, baixou seu vôo e juntou-se aos patos domésticos. Ah! Como era boa a vida, sem precisar fazer força. Ele gostou, fez amizades. O tempo passou. Primavera, verão, outono, inverno... Chegou de novo o tempo da migração dos patos selvagens. E eles passavam grasnando, nas alturas... De repente o pato que fora selvagem começou a sentir uma dor no seu coração, uma saudade daquele mundo selvagem e belo, as coisas que ele via e não via mais: os campos, os lagos, as montanhas, os pores-de-sol. Aqui em baixo a vida era fácil mas os horizontes eram tão curtos! Só se via perto. E a dor foi crescendo no seu peito até que não aguentou mais. Resolveu voltar a juntar-se aos patos selvagens. Abriu suas asas, bateu-as com força, como nos velhos tempos. Ele queria voar! Mas caiu e quase quebrou o pescoço. Estava pesado demais para o vôo. Havia engordado com a boa vida... E assim passou o resto de sua vida, gordo e pesado, olhando para os céus, com nostalgia das alturas...” (Rubem Alves)
Quando o amor esfria, a esperança perde o foco, a fé vacila, e os corações ficam estéreis - de alegria e de sonhos - ... Ops!!! Bom momento para re-criar, re-ver, re-ciclar... Voltar para... Pertencer...

"Até os jovens se cansam, e os moços tropeça e caem;
mas os que confiam no Deus Eterno recebem sempre
novas forças. Voam nas alturas como águias, correm e
não perdem as forças, andam e não se cansam".
Isaías 40.30-31



Essência...

"...um verso da Cecília Meireles, do seu poema Sugestão:

“Sede assim – qualquer coisa
serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre, sem pergunta...“

Cumprir-se, sem fazer perguntas: que coisa mais comovente! E nós, tolos, que nunca chegamos a nos cumprir, por termos a necessidade de ter todas as respostas primeiro. Walt Whitmann dizia que uma Morning Glory pela manhã, na sua janela, lhe dava mais felicidade e sabedoria que todos os livros de filosofia. Alberto Caeiro, cuja poesia tem a clara intenção de enfeitiçar os nossos olhos para que voltemos a ver como as crianças viam, dizia que o olhar tem de ser nítido como um girassol. Ah! Os girassóis de van Gogh! E é assim que Ricardo Reis termina o seu mais belo poema:

“Colhamos flores.
Molhemos leves
as nossas mãos
Nos rio calmos,
Para aprendermos
Calma também.
Girassóis sempre
Fitando o Sol,
Da vida iremos
Tranquilo, tendo
Nem o remorso
De ter vivido...“

Quando houver oportunidade falarei sobre outras coisas que outros pensaram e fizeram, provocados pela simples contemplação das flores. Você já se deu a essa aventura?"

www.rubemalves.com.br/quartodebadulaquesVI.htm

28 de agosto de 2007

Lui Coimbra lembra essa música...

Drop's de Hortelã
Oswaldo Montenegro

Eu andava meio estranho
Sem saber o que fazia, eu não sei...
Andava assim, eu não sei,
Se era feliz.
Eu achava que faria uma canção
E a melodia, eu não sei...
Andava assim, eu não sei,
Se era feliz.
Eu achava que faria tudo que não sei,
Que amaria, eu não sei, fazer desenhos com giz.
Eu achava que faria uma canção nissei (não sei),
Eu me sentia, eu não sei, um americano em Paris.
Eu achava que tamanho tinha a ver com poesia, eu não sei...
E toda vida eu deixei a vida entrar no nariz.
Me mandei pra Curitiba, e como gosto dessa vida!
Ah! Eu sei que paixão que eu falei me lembra o anis.
Fiz um drops de hortelã da bala que eu te dei,
Para atirar no porém da frase que eu nunca fiz.

Relíquias '107.9'

Ouro E Sol
Zeca Baleiro E Lui Coimbra


Quando o sol chegar
E acender o céu
Claro céu sem fim
Flores sem razão
Vão despetalar
Você vai lembrar de mim

Vai lembrar de mim
Quando azul sem fim
O mar e o vento oeste
Murmurarem sim
Vai lembrar de mim
Nosso sonho de ouro e sol

Era carnaval
E no meu quintal
Soprava o vento oeste
Na janela, luz
Dias tão azuis
Nós andamos sobre o sol

Sem olhar pra trás
Parecendo iguais
Ao sol da tarde oeste
A rolar no chão
Nosso coração
Se tingiu de ouro e sol

Nem juras de felicidade
Nem ilusões de paraíso
Um sorriso e pra sempre levar
Nosso olhar de ouro e sol

Os anos se vão
Dias passarão
Tardes assim
O sol se distrai
Vem a noite e cai
Você vai lembrar de mim

Vai lembrar de mim
Quando em seu jardim
Soprar o vento oeste
Um velho jasmim
Claro céu sem fim
Nós andamos sobre o sol

27 de agosto de 2007

"In Preludium"...

Solidão
(Alceu Valença)

A solidão é fera, a solidão devora,
É amiga das horas, prima, irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração...
Solidão...
A solidão dos astros
A solidão da Lua
A solidão da fera
A solidão da noite
A solidão da rua
A solidão é fera....

26 de agosto de 2007

Pedale...

Pra quem já conhece, vale a pena uma 're-leitura'.
E se é novidade, bom 'passeio'...
Em princípio, eu via Deus como um observador, um juiz que não perdia de vista as coisas erradas que eu fazia. Desse modo, quando eu morresse, ele saberia se eu merecia ir para o Céu ou para o Inferno. Ele estava sempre lá, como um presidente: eu reconhecia a imagem dele quando a via, mas não o conhecia de verdade.
Mas, mais tarde, quando eu o conheci melhor, pareceu que a vida era como um passeio de bicicleta para duas pessoas e percebi que Deus estava no banco de trás, me ajudando a pedalar.
Não lembro quando ele sugeriu-me que trocássemos de lugar, e a vida não foi a mesma desde então... A vida com o seu poder superior tinha se tornado muito mais excitante!! Quando eu detinha o controle, sabia o caminho. Era um tanto entediante, mas previsível – sempre a distância mais curta entre dois pontos. Mas quando Deus assumiu a liderança (Ele conhecia atalhos maravilhosos!!) passei a subir montanhas e atravessar terrenos pedregosos em velocidade vertiginosa! Tudo que eu podia fazer era seguir em frente! Embora tudo aquilo parecesse loucura ele ficava dizendo: “Pedale! Pedale!”
Eu ficava preocupado e ansioso, e perguntava: “Para onde o Senhor está me levando?” E Deus apenas sorria e não me dava uma resposta, e eu me vi começando a confiar nele. Logo me esqueci da minha vida entediante e comecei a participar da aventura. Quando dizia que estava assustado, Ele virava-se para trás e tocava minha mão.
Deus levou-me até pessoas com dons de que eu precisava; dons de aceitação e alegria, entre outros. Essas pessoas deram-me ajuda para prosseguir na minha jornada. Isto é, nossa jornada: de Deus e minha. E nós partimos novamente. Então Ele me disse: “Desfaça-se dos dons, são bagagem extra, pesam demais!” Então eu os dei para as pessoas que encontramos e descobri que quanto mais eu compartilhava, mais eu recebia! E, além disso, o meu fardo ficava mais leve.
A princípio, eu não confiei muito em Deus quando ele assumiu o controle da minha vida. Achei que ele a destruiria. Mas o Senhor conhecia os “segredos” da bicicleta, sabia como incliná-la para fazer curvas fechadas, pular para evitar lugares cheios de pedras, aumentar a velocidade para encurtar os caminhos difíceis. Também estou aprendendo a calar-me e pedalar nos lugares mais complicados e aprendi a apreciar a paisagem e a brisa fresca em meu rosto com o meu ótimo e constante companheiro.
E, quando estou certo de que não posso mais seguir em frente, Ele apenas sorri e diz: “Pedale!”
(Desconheço a origem do texto)