11 de setembro de 2009

...ainda que...



Ainda que eu falasse a língua dos homens,
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens,
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter, com quem nos mata, a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor...!

Estou acordado e todos dormem...
todos dormem todos dormem...

Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.


É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria...

("Monte Castelo" - Legião Urbana)

7 de setembro de 2009

q u a n d o . . .





E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A Luz acesa
Lá se dorme um sol em mim menor...

E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior...

[Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior]


("Pena" - O Teatro Mágico/Segundo Ato)

... de passagem...






Eu não sou da sua rua

Eu não sou o seu vizinho
Eu moro muito longe, sozinho
Estou aqui de passagem

Eu não sou da sua rua
Eu não falo a sua língua
Minha vida é diferente da sua
Estou aqui de passagem
Esse mundo não é meu
Esse mundo não é seu...
(Marisa Monte)


a idéia é construir pontes,
e pontes são feitas para "travessia",
não para "moradia"...
segue a vida, então,
ainda que a vontade seja
permanecer mais um pouco...


"Invento o cais
e sei a vez de me lançar..."
(Milton)