21 de dezembro de 2009

...o silêncio traduz...


Quando meus olhos se perdem talvez por dentro de mim
Me paro tão quieto assim que até meu verso é mais triste
E uma lembrança insiste em mim fazer moradia
Repontando uma alegria que eu não sei se ainda existe

Quem terá posto em meus olhos os brilhos deste desejo
Pois sempre quando te vejo me encontro inconstante
Parece que nesse instante minh'alma tem olhos claros
E brilhos assim tão raros qual uma estrela distante

Tenho os olhos mais cansados de procurar horizontes
Pois vou guardando repontes que me chegam pela vida
Às vezes eu sou partida mas nem sempre sou o fim
E fecho os olhos pra mim como se fosse a saída

Talvez por serem tão belos esses claros olhos teus
Quando encontram os meus mesclam caminhos e luz
E o silêncio traduz esse brilho em sentimento
E eu até vejo o momento que a minha alma reluz

Se hoje tenho esse brilho que talvez seja de estrela
Ou então porque ao vê-la roubaram do teu olhar
Só sei que ficam a brilhar e me devolvem a calma
O que seria minh'alma se não fosse eu te encontrar?

("Os Olhos Claros da Alma" - Luiz Marenco/Gujo Teixeira)