2 de novembro de 2008

"SOS"



No cartão de procedência
Pouco importa onde nasci
Busquei rumo e me perdi
"Querência, minha querência"
Desde então me chamo ausência
Porque me apartei de ti

Como um cavaleiro andante
Das léguas que caminhava
Sempre que me aproximava
Dos sonhos correndo adiante
Mais me sentia distante
Daquilo que procurava

Quem vira mundo não pára
Nem tão pouco desanima
Há uma lei que vem de cima
Na estrada do tapejara
Tempo que nos separa
É que mais nos aproxima
Quem vira mundo não pára
Nem tão pouco desanima

E neste andejar em frente
Sem procurar recompensa
Fui vendo na diferença
Entre passado e presente
Que a lembrança de um ausente
Tem mais força que a presença

Já no final da existência
Saudade, tempo e distância
Pra conservar a fragrância
Da primitiva inocência
Me tornei canto de ausência
Querência da minha infância

(Luiz Marenco)

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