22 de março de 2008

É hora de... (nova estrada)

A cruz estilhaça nossas ilusões. Estilhaça nossas ilusões a nosso respeito, nossas ilusões a respeito de Jesus e nossas ilusões sobre o mundo. Descobrimos que Jesus não está lá para preencher nossas aspirações, mesmo que sejam boas. Jesus não se conforma com as aspirações do mundo, por mais atraentes que pareçam. Jesus não ratifica nossa auto-imagem, nem a opinião que temos de nós mesmos, nem a opinião que gostaríamos que os outros tivessem a nosso respeito. Não há um caminho plano para Deus pelo qual podemos subir com todas as nossas expectativas de vida ratificadas e preenchidas. Há apenas o caminho da cruz, onde o Jesus condenado e crucificado contradiz nossas expectativas, nos obriga a nos enxergarmos como realmente somos, não como gostaríamos de ser vistos, e revela o mundo como uma paisagem estranha e diferente que ainda não tínhamos observado, um jogo paradoxal no qual só vencem os perdedores.
A dissipação das ilusões pode ser dolorosa, mas pode ser também um grande alívio, além de ser sempre libertadora.
O nosso fracasso é a oportunidade de Deus, o momento em que a Graça dele prova ser maior. Temos de aprender que estamos perseguindo o nosso caminho em vez de perseguir o caminho de Deus. Como poderíamos aprender se encontrássemos apenas o sucesso no caminho escolhido?? Talvez seja a autoconfiança em nossa capacidade que precisse ser dissipada. Podemos ainda abrigar um tipo diferente de ilusão: uma visão negativa de nós mesmos, uma autocrítica exagerada que restringe nossa vida. Deveríamos aprender com o fracasso a entregar à Graça de Deus tudo o que somos, a capacidade e a incapacidade, as expectativas e aspirações, para que a Graça dele refaça, cure, restaure e renove. O fracasso nos qualifica para o discipulado quando nele descobrimos como Deus é gracioso e como nós precisamos da Graça de Deus.

(Ao Pé da Cruz - Richard Bauckham e Trevor Hart, Editora Mundo Cristão)

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