Tato...
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,Num movimento
Mais de cansaçoQue pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?
Não sei. Mas lembroE sinto ainda
Qualquer memóriaFixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teveQualquer sentidoIncompreendido,
Mas tão de leve! [...]Como se tu,
Sem o querer,Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser. Fernando Pessoa
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